midiautoria

Midiautoria é um espaço para se falar sobre ser autor em uma sociedade midiatizada. Sentidos circulam nos/ por intermédio de diversos instrumentos tecnolingüísticos, constituindo efeitos de sentidos. Pensar, aqui, sobre as materialidades e suas potencialidades para um processo de autoria, que implica sempre heterogeneidade, acaba por nos colocar no movimento de ser autor.

Nome:

Doutora em Educação e estudiosa na área de tecnologia, em uma perspectiva discursiva.

27.5.07

Cultura local e Multilingüismo

to a caleidoscopic viewer about the reality / per uno sguardo caleidoscopico della realtà / por um olhar caleidoscópico da realidade

Ainda sobre a reunião, em Genebra, preparatória do IGF Rio. Achei bastante relevante a ênfase da Unesco, em relação ao conteúdo do Fórum: liberdade de expressão e liberdade de informação, desenvolvimento de conteúdo local e preocupação com o multilingüismo. É na e pela linguagem que constituímos o mundo e nos constituímos, como afirma Eni Orlandi, em suas obras. Assim, criar condições para que diversas línguas possam ter vida na Rede é um desafio, se quisermos sair do monopólio de determinadas culturas...

A bela foto é de Vitoria Falabella. Fonte: www.flickr.com

E abaixo, palavras que procuram por sua autoria:

"Todo e qualquer espaço de linguagem aponta para as nossas utopias e, com isso, instaura infinitas possibilidades de significação."

"Tutto e qualsiasi spazio di linguaggio appunta per le nostre utopie e, così, instaura infinite possibilità di significazione."

"Every and any space of language aims to our utopies and then opens infinite possibilities of meaning."

Marcadores: , , ,

24.5.07

Controle da Internet


O senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) recoloca na pauta da Comissão de Constituição e Justiça do Senado (CCJ) seu projeto para controlar a Internet. O projeto é bastante polêmico, tipificando onze tipos de crimes na Internet e instituíndo a legítima defesa. Veja mais detalhes:
http://www.senado.gov.br/agencia/verNoticia.aspx?codNoticia=59325&codAplicativo=2
noticias.terra.com.br/brasil/interna/0,,OI1632941-EI306,00.html
http://noticias.terra.com.br/brasil/interna/0,,OI1634385-EI306,00.html

O projeto será discutido na reunião da semana que vem.

IGF - Temas

Na reunião de ontem - 23/05, em Genebra, o Brasil enfatizou a importância de os debates terem como foco os seguintes temas: os custos da interconexão internacional, os direitos fundamentais na Internet, os padrões abertos e o software livre, a cooperação na aplicação eficiente da lei nacional e dos tratados internacionais relacionados ao uso da Internet, proteção e promoção de troca de conhecimento e de produção de conhecimento local.

23.5.07

Acontece hoje em Genebra, na sede da ITU, mais uma reunião preparatória do IGF (Internet Governance Forum) a ser realizado no Rio, em novembro. O objetivo da reunião é preparar a programação do encontro no Rio, que durará quatro dias, nos quais serão discutidas questões como a segurança na Internet, o multilingüismo, a liberdade de expressão, o acesso de comunidades remotas, entre outras.

Domínio público e censura

Enquanto o pessoal do A2K - coalizaçao dinâmica para discutir acesso ao conhecimento - enfatiza a relevância de se disponibilizar na Rede material para domínio público, o que implica uso livre das informações ou, pelo menos, com direitos autorais mais flexíveis, alguns países usam filtros de conteúdo para bloquear sites. Como falávamos ontem, sobre o silenciamento na Rede, saiu hoje na Folha de S.Paulo (Caderno Informática) uma pequena nota sobre uma pesquisa da OpenNet Initiative (opennet.net) revelando que 25 de 41 países têm evidências de uso desses filtros. "Irã, Paquistão, Arábia Saudita, Síria e Tunísia são alguns dos países censores". Dar direito a todos de se expressarem e de terem acesso às expressões alheias não é tarefa fácil, mas é urgentemente necessária.

22.5.07

Liberdade de expressão e silêncio

Entendemos a liberdade de expressão como um direito. Quando sabemos que países impedem o acesso a determinados sites, vemos o controle da Internet se dando em seu sentido mais duro: o da censura. Salman (um dos integrantes da lista de discussão da coalizão dinâmica sobre Liberdade de Expressão) nos relata sobre um relatório denominado Silenced, desenvolvido por Privacy International and GreenNet Educational Trust, no qual há dados de que muitos países estão aumentando as restrições impostas quanto ao acesso e ao conteúdo na Internet. O governo da India baniu um fórum no Yahoo, por apresentar visões contrárias as suas; China e Arábia Saudita, em nome da segurança nacional, lançam mão da vigilância.
E Silenced me remete às palavras de Eni Orlandi:
"... a censura, vista aqui por nós não como um dado que tem sua sede na consciência que um indivíduo tem de um sentido(proibido), mas como um fato produzido pela história. Pensada através da noção de silêncio, como veremos, a própria noção de censura se alarga para compreender qualquer processo de silenciamento que limite o sujeito no percurso de sentidos. Mas mostra ao mesmo tempo a força corrosiva do silêncio que faz significar em outros lugares o que não 'vinga' em um lugar determinado. O sentido não pára, ele muda de caminho".
As formas do silêncio: no movimento dos sentidos. Campinas,SP: Editora da Unicamp, 1997.

Marcadores: , , ,

17.5.07

leitura, registro e reflexão


Um interessante projeto vem sendo realizado por Veronique Aubouy, desde 1993: Proust Lu.

Gostoso trabalho que põe em jogo o passar do tempo, a memória, a leitura que resgata e faz um novo acontecimento na ação de gravar leitores diversos apaixonados por Proust. Simpósios, exposições são alguns dos desdobramentos que se dão.
As imagens das belas capas dos livros de Proust foram retiradas de http://www.veroniqueaubouy.fr/proust.html

14.5.07

Quem constrói a Governança da Internet?


Vejam que imagem curiosa, presente no livro Internet Governance - Issues, actors and divides, escrito por Kurbalya e Gelbstein. A imagem foi copiada do ictlogy.net.
A imagem de um quebra-cabeça supõe já haver uma resposta predeterminada de quais serão os gestos precisos para que culturas tão diferentes possam interferir no que se pretende que seja a Internet.
Quem seriam os "operários" de capacete amarelo?

Marcadores: ,

Boletins, não se fazem como antigamente...

Fiquei saudosa do tempo em que, ainda na escola primária, chegava enfim o dia de levar o boletim pros meus pais assinarem. Na verdade, quem assinava era meu pai. Era um momento de tensão, respeito: elogios, conselhos... E aí acontecia um encontro entre pais e filhos.
Vi na Folha de S.Paulo (12/05/07), a notícia Boletins de alunos de escola estadual serão enviados a pais. Cerca de 5,3 milhões de alunos terão seus boletins enviados por carta aos seus pais, sendo que, como informou a Secretaria da Educação, primeiramente os resultados serão postos na Internet. O motivo: "'Além de dar transparência ao que é feito na escola, é um convite para que os pais acompanhem o desempenho dos seus filhos', disse a titular da pasta da Educação do governo Serra (PSDB), Maria Lúcia Vasconcelos".
Mas será válido um gasto a mais no envio de cartas e também na inserção na Rede? Mais importante que isso, pode-se passar por cima da relação pai/filho construída por um adolescente de sétima séria? O trabalho com esse aluno/filho para que assuma seu percurso escolar e apresente seu boletim em casa não seria mais valioso?
Technorati icon

Coalizões Dinâmicas

Foi bastante interessante a fala do José Murilo Jr. ( gerente de assuntos estratégicos do Ministério da Cultura), durante o mais recente simpósio do CDI, em Campinas. Ao falar sobre o IGF - Internet Governance Forum, destacou a relevância da efetiva participação do Brasil no debate das políticas globais. Além disso, comentou um pouco sobre as oito coalizões dinâmicas criadas no primeiro encontro do IGF: Stopspamalliance, Privacidade, Padrões abertos, Carta dos direitos da Internet, Acesso ao conhecimento, Liberdade de expressão e mídia, Colaboração online, Acesso à conectividade para comunidades remotas. Em todas essas linhas de atuação, coloca-se a abertura da rede como uma questão. Se no caso do spam, é preciso criar mecanismos que impeçam sua proliferação; no caso da liberdade de expressão, a abertura - que implica softwares livres, por exemplo, é uma afirmação básica.

Marcadores: ,

10.5.07

WSIS - Um pouco de história

Em 1998, a ITU - International Telecommunication Union, apoiada pela ONU, começa os trabalhos para a abertura de uma reunião mundial para discutir a Sociedade de Informação. Em inglês WSIS - World Summit of Information Society, tendo sidos realizados em 2003, em Geneva e em 2005 em Túnis. Algumas temas postos em questão: acesso à informação, qualidade do conteúdo, legislação sobre uso e infra-estrutura da Internet, propriedade intelectual, o problema dos spams, entre outros. Um aspecto interessante desse processo é a participação de diversas instâncias da sociedade. Nas várias reuniões preparatórias de cada fase do evento, há participação via lista de discussão, na qual surgem rascunhos dos documentos com possibilidade de interferência dos membros da lista. Há também encontros presenciais. Por estes dias têm ocorrido encontros em Genebra e em Yale, para discutir sobre o Fórum da Governança da Internet que será realizado no Brasil, em novembro. Aí só vão alguns...

Marcadores: ,

7.5.07

Papel e Som

É interessante a relação que se vem criando entre a publicação de um livro em papel e em áudio. Se antes somente após o livro nas livrarias, havia um lançamento no formato de audiobook, hoje livros são gravados em áudio e disponibilizados em podcasts, mesmo antes de prontos nas editoras. Pode-se ouvir gratuitamente fragmentos do livro, baixando-os no ipod, ou pode-se pagar e tê-lo na íntegra, sendo que a disponibilização em áudio favorece a venda do impresso.
Vemos um exemplo dessa prática em Book not Ready for Print? You Can Whip Up an Audiobook for a Podcast for Now , onde é relatada estratégia de publicação / divulgação de um livro com dicas de como escrever bem (a autora Fogarty edita um podcast chamado Grammar Girl). Embora eu não acredite que o processo de escrita seja meramente da ordem da técnica, sendo, portanto, livros assim, sem interesse, entendo que o procedimento adotado é atraente. Coloca em jogo a relação oralidade e escrita de maneira complementar, criando novas relações com a obra.
Gosto de ler L' étranger, ouvindo Camus.

6.5.07

Tempo pra tecnologia?

Em reportagem recente no The New York Times Seeing No Progress, Some Schools Drop Laptops , ficamos sabendo que escolas em Liverpool estão abandonando seus projetos de sete anos com uso de laptops. Um dos objetivos era dar condições iguais a todos, já que diversos alunos não têm acesso em casa. O que perceberam, dizem, é que o laptop funciona como uma distração no processo educacional. Há também os que dizem que gastam mais tempo consertando os aparelhos que treinando o professor para um bom uso.
Parece-me que o interessante seria não eliminar a possibilidade de uso de um instrumento potencialmente rico para a interlocução, já que é por ela que construímos muitos de nossos conhecimentos. Investir em mais formação aos professores seria a saída para que o acesso à Internet tivesse um sentido mais vinculado ao que se pretende trabalhar na escola.

5.5.07

Internet e Governança

O Brasil sediará a segunda reunião do IGF - Internet Governance Forum, em novembro, no Rio. Pretendo, nas tardes da próxima semana, divulgar e comentar aqui um pouco sobre o surgimento desse fórum, com suas coalizões dinâmicas. Embora no Brasil o número de usuários da Internet ainda seja pequeno, vem crescendo os que têm acesso a ela, segundo dados da Segunda Pesquisa sobre o Uso das Tecnologias da Informação e da Comunicação no Brasil. O que importa pensar é que mesmo os que não a acessam, são tocados por ela. Assim, pode ser interessante a todos estar a par desta discussão sobre Governança da Internet.

Mercado e Academia

Embora não tenha deixado de pensar sobre as questões das novas tecnologias e suas relações com a autoria, acabei não tendo condições de manter atualizado este espaço de interlocução. Reiniciemos, então, com um fato novo na relação mercado-academia.
Ontem, foi realizado na Unicamp o "Dia Acadêmico Windows", com a iniciativa inédita de compartilhar parte do código fonte do sistema operacional da Microsoft com o mundo acadêmico. Certamente, isso representa novas possibilidades de estudos e criação. É uma maneira de não se posicionar tão distante dos princípios do software livre. Mas muito ainda pode ser feito...