Internet e Políticas Públicas

Carlos Afonso, diretor de Planejamento da Rede de Informações para o Terceiro Setor (Rits), discute sobre as políticas públicas para a Internet mundial, em um artigo sobre os datagramas. Como ele explica " todas as informações que circulam na Internet são decompostas em pacotes de dados (os datagramas, ou 'packets'), que são enviados por um ou mais caminhos ao destino, onde são recompostos para formar o conjunto de dados original - uma mensagem, uma imagem, um documento, ou mesmo um fluxo de vídeo ou voz". O que está acontecendo é que determinadas operadoras instalam farejadores que conseguem bloquear pacotes de informações, minimizando, assim, a força da concorrência. Por exemplo, uma determinada empresa operadora bloqueia o tráfego em seus circuitos de datagramas correspondentes a chamadas telefônicas via Internet, provenientes de empresas concorrentes. O que temos, então, é uma interferência, uma censura no tráfego de conteúdo. Parece-me que é mais do que uma questão de legislação; é uma questão de ética. Não seria possível um mercado ético?

Confira o artigo em www.infoinclusao.org.br

Falando em memória

O Google lançou um sistema de buscas de notícias publicadas em jornais há mais de 200 anos. Pode ser uma importante fonte de pesquisas. Pareceu-me, pelas buscas que fiz, que ainda há poucas empresas que disponibilizaram suas publicações. Além das notícias, há links para buscas de imagens e mapas. Vale conferir. http://news.google.com/archivesearch

blog e fotolog - identidade e presença

Está acontecendo o Intercom em Brasília. Achei bastante interessante o foco da pesquisa desenvolvida por Francisco Slade Fernandes (UFRJ) sobre blog e fotolog. O título é Bancos de si: afetos, tédio e dor nos dispostivos de auto-documentação na rede.

"Resumo: O que exatamente oferecem um blog e um fotolog aos seus usuários? A possibilidade de tais dispositivos de exposição e narração traz muitas promessas; mesmo de uma existência ou de uma permanência quase imediatas num outro meio. Mas quais as implicações desse mecanismo e que forças agem em seu funcionamento num momento em que a relação do homem com memória e informação é, mais que nunca, mediada pela técnica? O que leva o homem desenvolver e o que são e como funcionam esses dispositivos de identidade e presença? São novas possibilidades que chegam, mas, também, novas lacunas. É o papel desses dispositivos, bem como seus desdobramentos, que esse estudo pretende investigar". www.intercom.org.br

Blog e Autoria

Saiu, hoje, na Folha de S. Paulo, notícia de que o blog Imprensa Marrom foi, em primeira instância, condenado a pagar R$3.500 por danos morais a João P. B. C. de Castro, por mensagem ofensiva postada nos Comentários, por um leitor anônimo. Entende a juíza Ana Paulo T. Carvalho que a responsabilidade é dos autores do blog, pois este, na visão dela, "ao disponibilizar espaço para divulgação democrática (termo utilizado na contestação) do conteúdo inserido por terceiros, assume o risco sobre as expressões ofensivas veiculadas" (F.S.P. Caderno Brasil, 03/09/06).

Os autores do blog já recorreram e explicam o caso no blog Imprensa Marrom. Lá, acabam sugerindo para todos os blogueiros que retirem a possibilidade de comentários de seus blogs, como eles fizeram pós-caso. Ou então que hospedemos nossos blogs em países com outra legislação. Há, é claro, como eles lembram, a possibilidade de moderar os comentários, mas eles consideram que mesmo assim, algo pode escapar e lá vem a ação...

A questão da autoria é que se coloca aqui. Entendo que os Comentários fazem parte do gênero blog e têm sua importância. Embora um gênero não seja estável, fixo, não vejo como saída simplesmente retirar essa possibilidade de troca de idéias. Acho que o foco deve ser outro. Por que há a possibilidade de enviar comentários de maneira anônima? Ser realmente autor de seus dizeres não implica se responsabilizar por eles? Cada um que se responsabilize por suas próprias palavras.

Teia

Vem ficando cada vez mais forte a idéia de que usar a Internet na educação é um caminho interessante. Em um trabalho com professores do Programa Teia do Saber, percebo que o acesso à Rede possibilita, por exemplo, o conhecimento de projetos realizados em diversas escolas brasileiras, pelo acesso a sites como o EducaRede. A partir disso, surgem idéias de práticas a serem desenvolvidas e de textos a serem lidos.

www.educarede.org.br