midiautoria

Midiautoria é um espaço para se falar sobre ser autor em uma sociedade midiatizada. Sentidos circulam nos/ por intermédio de diversos instrumentos tecnolingüísticos, constituindo efeitos de sentidos. Pensar, aqui, sobre as materialidades e suas potencialidades para um processo de autoria, que implica sempre heterogeneidade, acaba por nos colocar no movimento de ser autor.

Nome:

Doutora em Educação e estudiosa na área de tecnologia, em uma perspectiva discursiva.

9.7.07

Sendo vigiados

Li no Le Nouvel Observateur de hoje que a Commission nationale de l'informatique et des libertés se inquieta com o progresso tecnológico que poderá ameaçar a proteção de dados e das liberdades. Segundo Türk, presidente da Cnil, a inovação tecnológica pode trazer progresso e perigos. Os indivíduos são atraídos pelo conforto que ela oferece, mas são pouco conscientes dos riscos que ela comporta. Eles não se preocupam com o controle de seus lugares, seus comportamentos, suas relações, seus gostos. Se em 2005, houve 300 pedidos de instalação de câmaras, em 2006 foram 880. Muito desse aumento se deve à inflação da legislação antiterrorista. Outra fonte de preocupação, segundo o recente relatório da Cnil, são os pedidos de autorização para uso de dispositivos biométricos, como por exemplo, o acesso a restaurantes escolares pelo reconhecimento do contorno da mão.
Veja mais detallhes em La Cnil lance une alerteà la "société de surveillance
Seria possível se chegar a um ponto de equilíbrio dessas ações de controle? Me parece que não. Talvez porque na nova agenda social em que vivemos, os conflitos estão acirrados e a sensação de insegurança cresce de maneira proporcional ao que a mídia revela do desamparo de muitos. Mas acredito que o mais relevante não seria buscar um ponto de equilíbrio, mas sim negar o controle enquanto um valor. Afinal, aceitar o controle significa manter o poder nas mãos de alguns, que sabemos ainda continuam os mesmos. A questão é repensar as políticas públicas. Fazer acontecerem, de maneira honesta, propostas educacionais, de moradia e de alimentação para que ninguém precise ser vigiado.